O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comunicou, dia 06 de maio de 2009, o início do processo de aquisição das urnas eletrônicas modelos 2009 (UE2009), conforme especificações contidas no Projeto Básico. Inicialmente serão adquiridas 107.204 urnas eletrônicas, mas o registro de preços engloba a aquisição de 200 mil unidades.
A primeira grande novidade é o fim dos disquetes.
Como comentado no artigo Lacração e assinatura dos disquetes das urnas eletrônicas, o poder legislativo já tinha sinalizado a necessidade de substituição da palavra “disquete”, amplamente utilizado na legislação eleitoral, pela expressão “mídia eletrônica que assegure armazenamento permanente dos dados”. Conforme o projeto de aquisição das UE2009, o novo modelo terá entrada USB para pen drive. A empresa ganhadora da licitação deverá fornecer pen drives com capacidade mínima de 128Mbytes, forma diferenciada em relação aos pen drives de mercado, devidamente identificados com o Brasão da República e a inscrição “Justiça Eleitoral”, bem como código de barras especificado pelo tribunal.
A intenção do TSE, além de comprar as UE2009 com entrada para pen drive, será de adequação das atuais urnas modelos 2004, 2006 e 2008. O projeto de substituição do drive de disquete das urnas já existentes também ficará a cargo da empresa vencedora do processo licitatório.
Todas as informações sobre o novo modelo da urna eletrônica podem ser conferidas no Plano Básico de Aquisição das UE2009.
Desde o primeiro projeto de urnas eletrônicas que o disquete é a mídia removível utilizada para transportar os votos apurados em cada seção eleitoral até o computador totalizador. Mas como o TSE sempre procura acompanhar o avanço tecnológico, já deu um jeitinho de inventar a necessidade de substituição do dispositivo.
Ainda não está disponível a justificativa oficial para a troca, mas acreditamos que seja devido à capacidade de armazenamento. Enquanto um disquete comporta 1,44 Mbytes, o pen drive licitado pelo TSE deverá possuir capacidade mínima de 128 Mbytes.
E é neste ponto que mora o perigo! Quanto mais espaço disponível, maior a capacidade de gravação dos dados. Se um disquete comportou durante 12 anos o resultado de uma seção eleitoral, significa que, salvo engano, o TSE está interessado em “salvar” mais alguma coisa na mídia. O que será?
No artigo Urna biométrica é recurso de estados totalitários informamos sobre o chamado banco de dados "Maisanta" que contém dados de 12 milhões de eleitores venezuelanos, em que consta também a orientação política do cidadão e como ele votou no referendo sobre o destino do presidente Hugo Chávez em 2004.
Nem precisamos lembrar que as novas UE2009 também serão equipadas com o dispositivo de identificação biométrica do eleitor.
6 comentários:
FARÁ ALGUMA DIFERENÇA COM RELAÇÃO AS FRAUDES?
Olá Anônimo (18/05/09 - 17:26)
Infelizmente sim!
Até o momento, o antigo disquete era tido como "item de pouca preocupação" em questão de fraudes, uma vez que o boletim de urna é impresso antes dos dados serem gravados, possibilitando posterior conferência.
O que nos preocupa é o aumento na capacidade de armazenamento de dados, e a possibilidade de transporte de arquivos maiores. Se o disquete comportou os resultados, porque aumentar a capacidade? É uma tecnologia sem muito utilidade prática, mas que pode abrir espaço para práticas "obscuras".
Achei muito bom o site que até recomendei!
Regina
ELEIÇÕES - CONHEÇA A VOTAÇÃO ELETRÔNICA - FRAUDE NAS URNAS ELETRÔNICAS.
A amiga Regina encaminhou o endereço de um blog muito bom sobre fraudes eleitorais.
E, como no Brasil, caminhamos para uma cleptocracia, melhor que busquemos maiores conhecimentos sobre as famosas urnas eletrônicas.
Quem sabe deixaremos de ser os PALHAÇOS do CIRCO BRASIL!
FUE - FRAUDE URNAS ELETRÔNICAS.
www.celprpaul.blogspot.com
Será que a substituição não está se dando pela dificuldade de se adquirir drives de disquetes e os próprios disquetes no mercado ? É raro vermos micros hoje em dia com drive de disquete.
Olá Regina - Agradecemos sua participação! A indicação contribuirá para divulgar o tema, tão desconhecido por grande parte dos brasileiros.
Prezado Anônimo (19/05/2009 - 09:20) - Certamente sua colocação faz sentido. Disquetes estão cada vez mais escassos no mercado, quem dirá os drives. Acreditamos que acompanhar a evolução tecnológica seja importante, porém não podemos esquecer a segurança. Não podemos deixar de ouvir a sociedade: enquanto o TSE fica mudando drive de disquete, esquece do mais importante que é a impressão do voto, defendida por grande parte das organizações envolvidas na segurança do voto.
Continue participando!
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