9 de fevereiro de 2009

Varejo e atacado: a antiga e a nova forma de fraude eleitoral

Lorena Bittencourt ¹

Compra de votoNo último período eleitoral uma frase proferida por um candidato à prefeito me chamou grande atenção. Segundo ele:

“Nestas eleições não irei fazer o boca-a-boca. Pretendo dedicar o mínimo possível ao casa em casa. Esse negócio de ficar visitando eleitor não é pra mim. Foi-se a época. Meu negócio não é voto por varejo. Vou ganhar esta eleição através do voto por atacado.”

Frase no mínimo prepotente. Na época em que ouvi este discurso tive a impressão de que o autor se referia, principalmente, ao aparato de marketing que pretendia utilizar. Desta forma, investindo maciçamente em propaganda e publicidade não precisaria “perder tempo” na abordagem individual – seu objetivo era atingir a massa de forma mais ampla.

Ao caminhar da campanha eleitoral pude perceber que a munição publicitária não era tão potente assim. Poucos comícios foram realizados. Raros eram os investimentos em material impresso. O tão aguardado programa de rádio milionário mostrou-se mais caro do que eficiente.

Poucos dias antes do pleito percebi que ou a frase (e a atitude comprovada na prática) era o maior exemplo de incompetência eleitoral ou aquele candidato tinha uma “carta atrás da manga”.

No dia do pleito descobri o segredo. O voto por atacado nada tinha a ver com as minhas singelas suposições sobre o uso do marketing na campanha eleitoral. Muito pelo contrário!

Diante da prepotência do TSE em abrir os códigos fontes dos softwares usados nas urnas eletrônicas ou mesmo em implantar o módulo de impressão do voto, este candidato aproveitou a oportunidade: trocou a fraude no varejo pela fraude no atacado.

Sobre o mesmo assunto, comentou Ilton C. Dellandréa:

“Fraude em eleições sempre houve. Isto é mais certo que andar pra frente, mas não custa repetir. Mas as fraudes nas eleições com cédulas deixava vestígios reparáveis. Além disto, o desvio ocorria, muitas vezes - exceto os realizados no escrutínio -, na hora de votação, com a participação do eleitor quando, por exemplo, este vendia seu voto. Era a varejo. Agora não! Agora se altera a programação da máquina de votar e o desvio independe da vontade do eleitor. Agora a fraude é no atacado, não é mais de fora para dentro, mas de dentro para fora, se é que me entendem.”

Infelizmente, esta é a nova realidade brasileira.

¹ Cidadã brasileira e colaboradora do Fraude Urnas Eletrônicas.

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